sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tradução ajuda a aprender uma nova língua?

A tradução tem sido um calo nos pés de muitos professores de idiomas, pois é muito complicado entender onde é o limite entre o bem e o mal. Ao longo de minha carreira como professor já ouvi muitas pessoas do ramo condenando tal prática e conheci muitos outros que pregam que não tem como aprender sem usá-la. Apesar de não ser político nem diplomata (pois ambas as classes procuram um meio termo que seja benéfico a seus interesses) neste caso acredto sim que tem que ter um equilíbrio. Tente visualisar a seguinte situação, um adulto com mais de 25 anos entra num curso de inglês e sua última experiência com tal língua foi no vestibular, quando tinha 18 anos. Esta pessoa trabalha o dia inteiro e está tentando aprender o 'maldito do inglês' para conseguir um emprego melhor. Ele entra na sala de aula e se depara com um professor super simpático e animado, mas que só fala em inglês. Será uma hora inteira ouvindo aquele instrutor falando e falando coisas que o aluno não tem a menor idéia do que se trata, mas acredita que deve ser bom e que, se ele aluno, nõ entende é por que não está se empenhando. Talvez este probre ser humano consiga depois de algum tempo entender algumas coisas e até repetir algumas palavras. O aluno aprenderá inglês, mas irá demorar...

É claro que podemos usar o seguinte argumento: "E se você estivesse nos E.U.A., o que faria?" Bem, cm certeza se este aluno estivesse lá teria que dar um jeito de entender, po tudo ao seu redor exige o conhecimento da língua. Contudo, ele está no Brasil, não usa tanto o iglês fora de sala de aula e fica até meio perdido em algumas aulas. Será que devemos acreditar que este aluno tem que aprender aqui como se estivesse fora do país? Provavelmente não. Ele precisa de referências, elas provavelmente devem ser mais claras possível e reconhecíveis. Neste caso a tradução equilibrada e consciente ajudará. Mas o que é a tradução clara e consciente? Se um aluno ler palavras no dicionário e traduzir cada uma delas e tentar decorar diversas palavras estará indo pr um caminho perigoso, pois como tem sido estudado e comprovado por muitos linguistas, palavras isoladas dizem pouco ou quase nada. Sendo assim, a tradução pura e simples não ajuda.
O que fará realmente diferença é a maneira que se trabalha com a tradução. Uma possibilidade interessante é trabalhar com idéias abstratas que devem ser expressas oralmente. Se uma pessoa olha para um carro, está vendo algo que, ao falar sobre aquilo não dirá 'olhe aquele objeto grande e metálico com vidros, rodas de borracha e que anda sem ser puxado ou empurrado'; ele simplesmente dirá ' olhe aquele carro'. Sua mente consegue ligar o objeto físico com uma palavra que o torna reconhecível. Eu posso usar esta palavra em qualquer língua que conheça. Este é o tipo de tradução que funciona, ver, tocar, ou usar qualquer sentido que reconheça algo ou alguma idéia e ser treinado para saber falar a respeito em outra língua. Para isso, ao invés de traduzir cada palavra de uma frase através de seu conhecimento adquirido por meio de listas de vocabulários, que tal pensar o seguinte: 'como falo isto em inglês?' Veja abaixo exemplos das duas formas de tradução.
Primeiro a inadequada:
Eu perdi o ônibus ontem à noite - I lost the bus yesterday at night

É bem provável que com a ajuda de um dicionário alguém chegue ao resultado acima. As palavras estão escrtas corretamente, não há problema de concordância ou qualquer outro. No entanto não é inglês. Pode ser qualquer outra coisa, mas não é inglês.
Esta frase em inglês é:
I missed the bus last night.
Nos dois casos houve tradução, mas no segundo houve tradução de uma idéia, ou seja, como dar uma determinada informação de maneira organizada e familiar a um estrangeiro. Esta tradução funciona, mas precisa ser exercitada. Dificilmente alguém que acostumou com o jeito incorreto conseguirá, sem um enorme esforço, aprender a se comunicar em inglês.
Veja como você está fazendo e procure usar as palavras em conjunto, aprenda-as em conjunto. Elas sozinhas dizem pouco.
Até  próxima.

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